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O canhão

  • Foto do escritor: Saulo Marzochi
    Saulo Marzochi
  • 13 de jan. de 2016
  • 1 min de leitura

Quando eu era criança estava uma vez no engarrafamento do Rio, com chuva grossa de verão, já em meados dos anos 90, na companhia de meu falecido motorista. De repente passou na frente do carro uma mulher nua, correndo. Obviamente comentamos o fato, perguntei o que era aquilo, e o motorista respondeu: - “Aquilo é um canhão!”.

Um ano se passou, eu já com uns sete anos, por coincidência, em outro dia de chuva intensa, estava na varanda de casa e vi outra mulher gorducha, correndo pela minha rua, completamente nua. Foi então que gritei para minha mãe: -“Tem um canhão passando pela rua!”, e ela nada entendeu. Passei anos achando que canhão era uma mulher gorda, pelada, na chuva. Só mais recentemente descobri que se tratava de um dos sintomas de diversas patologias psicológicas, como estresse e síndrome do pânico, o fato de pessoas surtarem e saírem por aí sem roupa. E talvez os dias de chuva, em que as ruas ficam mais vazias, fique mais convidativo este tipo de surto, afetando logo as gordinhas, mais tolerantes ao frio.


 
 
 

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