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Agora tudo é "gourmet"

  • Foto do escritor: Saulo Marzochi
    Saulo Marzochi
  • 13 de fev. de 2016
  • 1 min de leitura

O que está acontecendo com o termo “gourmet” é a mesma coisa que ocorreu com os termos “orgânico” e “sustentabilidade”. A sua utilização indiscriminada a beira de seu esvaziamento – o que também já é até um clichê, falar da banalização e do esgotamento do significado das palavras. Mas hoje tudo é “gourmet”, e o grande exemplo disso é o aparecimento da “pipoca gourmet” que pretende elitizar o mais simplório dos passatempos. O “gourmet” é simplesmente uma maneira de cobrar mais caro por aquilo que deveria ser feito da forma correta, e ainda justificar a existência do outro produto 100% merda. O “gourmet” também caiu como uma luva para a elite dos novos tempos, que necessita de novas formas de distinção, na medida em que submergiu uma nova classe, carinhosamente apelidada de “nova classe média”. O mercado de elite está o tempo todo procurando oferecer sensações de “ser VIP”, com rótulos e selos que “agregam valor”, sem falar das suas embalagens com suas “responsabilidades socioambientais”. É uma chuva de novos termos utilizados de forma safadamente marqueteira. Hoje as pessoas se posicionam politicamente através do consumo e se comportam como marcas, fazendo marketing de si mesmas 24 horas por dia. Até pouco tempo atrás “vegano” era quem nascia em Las Vegas. Hoje, qualquer vegetariano de meiatigela se considera vegano. É claro que para quem já peida cheiroso, qualquer nível de diferenciação está valendo, e fui então ao cinema. Já na bilheteria me perguntaram se eu queria ingresso para a sessão comum ou para a sessão especial. Pensei, o que será que tem de diferente nessa sessão especial? Palestra com o DiCaprio?


 
 
 

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