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Feliz dia do suicídio
- Saulo Marzochi
- 14 de ago. de 2017
- 1 min de leitura

Fui uma criança talentosa e sombria. Aos seis anos, pensava constantemente em suicídio, talvez, devido a uma infância entediada e mais que perfeita. Na minha escola tinha uma árvore que diziam haver frutos envenenados. Era um caroço verde do tamanho de uma ervilha. Um coleguinha dizia ter os mesmos anseios e queria se matar também. No recreio, subimos na árvore e cada um experimentou seu caroço seco e sem gosto. Logo me arrependi, rezando o dia todo para não morrer. No dia seguinte, ao acordar, agradeci profundamente, atento as linhas ininterruptas das palmas de minhas mãos.
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