Um tiro no pé
- Saulo Marzochi
- 19 de jun. de 2019
- 2 min de leitura
Que eu saiba, meu pai tinha dois revolveres. Um deles foi roubado. Entrou uma pessoa lá em casa para fazer um serviço e surrupiou. O outro, descobri numa gaveta, ainda na pré-adolescência, e ninguém sabia que namorava aquela arma, manipulando-a, carregando e descarregando-a. Independentemente de ser contra ou a favor do desarmamento, é exatamente isso o que acontece com quem tem arma. Ela sai do controle, mesmo que efetivamente não ocorra um acidente. Não raro, até mesmo policiais, que são qualificados para isso, se atrapalham e se acidentam com suas proprias pistolas. Um tiro no pé. Ainda mais num pais atrasado como o Brasil, onde um passa por cima do outro a todo instante.
Até entendo que quem mora no campo tem de se defender pois não existe polícia por perto. Também é muito louco que o bandido possa andar armado e o "cidadão de bem" não. Contudo, não existem cidadãos de bem. O que existe é gente que ainda não foi testada até seus limites e por isso ainda não surtou. Medo agora, é tomar uma fechada de caminhoneiro e não poder reclamar, pois que agora estarão todos certamente armados pelo o novo decreto. O tiro vai comer solto em brigas no transito, mas dizem que será uma fase de adaptação. Só tomara que a gente sobreviva até essa fase passar. Os bandidos tambem vão atirar primeiro e perguntar depois. Tudo em nome do lobe da taurus sobre nosso presidente beócio e seus filhos nazistas. Eles prepararam sua campanha e desenvolvem os maravilhosos discursos do papai, cheios de telefones sem fio, nessa mistura de golden shower com Olávo de Carvalho. Quando os americanos andam armados - são os americanos. E mesmo assim, também dá muita merda por lá... Enquanto nós aqui estamos na África.
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