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A casa estava lotada

  • Foto do escritor: Saulo Marzochi
    Saulo Marzochi
  • 8 de nov. de 2022
  • 1 min de leitura

Cheguei em casa e me deparei com um bando de gente. A casa estava lotada e ninguém me avisou do evento. Um vernissage. O artista que estava expondo, eu também não conhecia. – O que vocês estão fazendo aqui?! Gritei.


Entrei no meu quarto, e minha cama, meu guarda-roupa tudo havia sumido. Tinha se transformado num bazar, e algumas coisas vendidas eu reconhecia. Perguntei pra vendedora: Cadê as minhas coisas? E ela respondeu: - Você não deixou para doação?


Voltei para a sala e o artista estava fazendo um discurso antissemita, dizendo que tudo é culpa dos judeus porque eles inventaram o juros e o lucro. Tentei falar com ele em vão, ele protegido pela multidão. De repente seus pais chegaram para levá-lo para casa numa Ferrari. Tive que ir embora para dormir em algum hotel. Um conhecido me pediu carona e também insistiu para dirigir o meu carro. Insistiu, insistiu, insistiu. Retruquei descontando toda minha raiva : - Meu carro, minhas regras! O carro quebrou ainda na esquina.


Voltei para casa. Todas aquelas pessoas, agora já amanhecendo, desapareceram dando lugar a um grupo de cerca de quarenta crianças de seis anos. Era o aniversário de um deles. Mas o bolo extraviou. Abri a geladeira e tinha meio panetone velho. Coloquei no centro da mesa com uma vela e cantamos parabéns ao menino. Olhei diretamente para aquela chama, e os meninos todos desapareceram. Estava sozinho em casa. Acompanhado de meio panetone. Finalmente só, “porém”, sozinho.

 
 
 

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